menino bobo
Eles eram tão colonizados, tão caretas e carentes, eles estavam tão perdidos no meio daquela fantasia sub-havaiana que já ia acabar. Ela era só uma moça querendo escrever um livro e ele era só um moço querendo morar num barco, mas se realimentando um do outro para. Para quê? Eles pareciam não ter a menor idéia. O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele, quando dançavam. Ele gostava quando ela passava óleo nas suas costas. Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo... (Caio Fernando Abreu)

Posted on domingo, 9 de maio de 2010 @ 23:22


biography
Na identidade: Tárcylla Barreto Alves, 16 anos, fututra estudante de Relações Púbicas. Na prateleira: Caio F. Abreu, Clarice Lispector, Tati Bernardi, Martha Medeiros, Verônica H, Brena Braz, etc. No fone de ouvido: Charlie Brown Junior, Pitty, Cmtn, Los Hermanos, Nando Reis, Lady Gaga, entre outras tantas... No Coração: Uma fé gigante, uma vontade de algo que não se define, uma inconstância que nem eu entendo, um medo de terminar sozinha, uma mania de querer todo mundo por perto, um peso que nunca vai embora, um vazio que me cansa. Eu não quero rótulos nem roteiros prontos. Não sou produto, sou só coração. Eu sou reticências. Sou 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e desejo. Palavras são o meu antídoto. Anti-monotonia, anti mau-humor, anti todo o amor que não há...



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