menino bobo
Eles eram tão colonizados, tão caretas e carentes, eles estavam tão perdidos no meio daquela fantasia sub-havaiana que já ia acabar. Ela era só uma moça querendo escrever um livro e ele era só um moço querendo morar num barco, mas se realimentando um do outro para. Para quê? Eles pareciam não ter a menor idéia. O cheiro dele era tão bom nas mãos dela quando ela ia deitar, sem ele. O cheiro dela era tão bom nas mãos dele quando ele ia deitar, sem ela. O corpo dela se amoldava tão bem ao dele, quando dançavam. Ele gostava quando ela passava óleo nas suas costas. Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando ― o que foi, guria? Ele gostava quando ela dizia sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você. Ela gostava quando ele dizia gozado, você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo. E de quando ele falava calma, você tá tensa, vem cá, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. Ele gostava tanto quando ela passava as mãos nos cabelos da nuca dele, aqueles meio crespos, e dizia bobo, você não passa de um menino bobo... (Caio Fernando Abreu)

Posted on domingo, 9 de maio de 2010 @ 23:22

incolor
Eu sou muito negativa, ás vezes acho que eu gosto é da dor, do que deixa meus dias amargos, frios... sem cor. Eu quando tô feliz, atraio tudo que é negatividade, pra acabar com a minha felicidade, e parece que eu torço pra isso. Sabe? Parece que nada é suficiente, eu fico querendo mais e mais, e acabo ficando com menos. Eu eu atraio, atraio, e acontece, pronto, acabou... Adeus felicidade momentânea, de volta a velha rotina incolor. E ai só fica o vazio. Talvez eu não fui feita pro amor, e se fui, ele deve ter se perdido no caminho.. Ou percebeu que eu sou uma tremenda cilada. (Autoria própria)

Posted on @ 22:58

meu descompasso

O meu radicalismo, a minha entrega, o meu desapego pelo óbvio e a minha inconstância, chocam! Até eu me assusto com a forma como assusto as pessoas, sinto que sou dotada de extravagâncias que todos vêem, mas eu desconheço. Será que banalizar sentimentos, aceitar a rotina e sentir tara pelo comum é o que esperam de mim? Será esse o segredo dos socialmente adequados? Sinto muito em decepcionar, mas eu nasci para os extremos, para as ousadias, aposto nas improbabilidades e acredito no impossível. Eu só gosto do que é pra valer, do que dói quando me deixa, do que aperta o coração quando não tá perto, do que ou é doce de enjoar ou amargo de fazer careta. Eu não suporto a covardia dos indecisos, o medo dos que não arriscam, a voz dos que sempre calam e muito menos o conformismo dos que desistem. Sou aversão a hipocrisia, a choro falso, a gargalhada abafada, a essa gentinha que anda por ai dizendo o que gente tem que ser e não faz metade do que diz. Tenho profunda admiração pelos que vivem em liberdade, que seguem suas crenças, seus valores, que criam um ideal, vivem nele e as vezes morrem por ele. Num mundo onde tudo é relativo, eu vou com aqueles que respeitando isso não desistem de procurar o absoluto. Sou tão adulta quanto a vida me exija e tão criança quanto o coração me implore. Sou decisão, 0.8 ou 800, sou sono profundo e insônia, montanha russa, descompasso, sou desastrada, exagerada, insensata no amor, passional no ciúme, doente na paixão, sou toalha molhada na cama, sou mil livros na cabeceira e 'trocentas' músicas na cabeça, sou aquele choro de deixar a cara amassada e aquela risada que pode ser ouvida do outro lado da rua, sou coração simples e humilde, mas sempre certo. Sou tanto erro e tão pouco acerto, tanta sorte e tão pouco juízo, tanta coragem e tão pouco destino. Sou isso, sou outras coisas, mas sou eu mesma.

Posted on @ 21:34


biography
Na identidade: Tárcylla Barreto Alves, 16 anos, fututra estudante de Relações Púbicas. Na prateleira: Caio F. Abreu, Clarice Lispector, Tati Bernardi, Martha Medeiros, Verônica H, Brena Braz, etc. No fone de ouvido: Charlie Brown Junior, Pitty, Cmtn, Los Hermanos, Nando Reis, Lady Gaga, entre outras tantas... No Coração: Uma fé gigante, uma vontade de algo que não se define, uma inconstância que nem eu entendo, um medo de terminar sozinha, uma mania de querer todo mundo por perto, um peso que nunca vai embora, um vazio que me cansa. Eu não quero rótulos nem roteiros prontos. Não sou produto, sou só coração. Eu sou reticências. Sou 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e desejo. Palavras são o meu antídoto. Anti-monotonia, anti mau-humor, anti todo o amor que não há...



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