anestesiada
Já acordei às seis, por medo de perder a escola. Corri pelas ruas só para pegar o ônibus e entrei atordoada fazendo com que todos me olhassem apavorados. Já esqueci objetos quaisquer em todos os lugares, e parei em frente à uma loja quando vi que passava algo interessante na televisão. Eu até disputei a frente de um ventilador potente num dia de calor, só para que minha voz saísse interrompida entre as hélices, e minha mãe achasse graça. Já quis escrever com a mão esquerda por achar mais bonito. Andei de pés no chão, suei, e tive preguiça de tomar banho. Comi bala e não quis escovar os dentes sem que mamãe viesse me ajudar. Em noites, senti frio. N'outras, quase derreti. Já peguei sorvetes, derramei em meus amigos e até me diverti com isso. Preste atenção, essa sou eu, criança, quase boba, despreocupada, feliz. Hoje, acordo na esperança de que alguém atravesse o meu caminho e apenas me faça sorrir, um amigo qualquer, um sorriso qualquer. Não me importo tanto em parar em cada esquina, assistir televisão, ou falar frente ao ventilador. Quero tanto menos, ou mais. Músicas são minhas companheiras, livros são minha história. Vivo de olhos fechados. Impressionada comigo mesma, sou tranquila, e tão irritada. Passaria tardes inteiras observando crianças trocando palavras, com inveja de tudo que elas podem e eu não. Ficaria noites jogando com meus primos, mas não. Meus compromissos pedem meu sono, e o tempo é meu dono. Eu quase não vivo, sou vivida. Anestesiada, esta sou eu, insensível, inexistente. Só peço que alguém me alegre, para amenizar meu mau humor, e tornar mais fáceis os meus dias. Não preciso de um amor. Angústia feia esta, de não ser mais criança.

Posted on quinta-feira, 6 de maio de 2010 @ 11:17

Se não for por bem, vai ser por mal.
Aprendi tudo que eu acho que deveria aprender. Se não foi por bem, foi por mal... Uma hora a gente aprende. Aprendi a me amar, a ser mais eu... Sempre. Aprendi que, amor? Amor não vem com o tempo, se funcionou com você, me dê a receita. Aprendi que pra ser amor, não precisa de data validade, ou de fabricação, amor vem, amor vai, independente do tempo de duração, a gente sabe. Aprendi que amigos de verdade vão estar com você na alegria e na tristeza, e se você tiver um desses, não o deixe ir jamais. Aprendi que quando uma coisa tem que ir embora, ela se vai, é falta de QI insistir no que jamais deu certo, a gente sabe, a gente sabe. Aprendi que na vida tudo é merecimento, nada cai do céu, e muito menos vem de graça, tudo tem seu preço. Aprendi também que a vida deixa marcas que jamais serão apagadas, pessoas que jamais serão substituídas, e que nada é por acaso. Aprendi... e você vai aprender também, se não for por bem, será por mal, é a vida é assim... Abstrai! (autoria própria)

Posted on @ 09:02

ele não está tão afim de você
Ensinam muitas coisas às garotas: Se um cara lhe machuca, ele gosta de você; nunca tente aparar a própria franja; e, um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: a reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas às vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão nos deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isto: saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança...


(retirado do filme: ele não está tão afim de você)

Posted on @ 00:20


biography
Na identidade: Tárcylla Barreto Alves, 16 anos, fututra estudante de Relações Púbicas. Na prateleira: Caio F. Abreu, Clarice Lispector, Tati Bernardi, Martha Medeiros, Verônica H, Brena Braz, etc. No fone de ouvido: Charlie Brown Junior, Pitty, Cmtn, Los Hermanos, Nando Reis, Lady Gaga, entre outras tantas... No Coração: Uma fé gigante, uma vontade de algo que não se define, uma inconstância que nem eu entendo, um medo de terminar sozinha, uma mania de querer todo mundo por perto, um peso que nunca vai embora, um vazio que me cansa. Eu não quero rótulos nem roteiros prontos. Não sou produto, sou só coração. Eu sou reticências. Sou 3 pontinhos. Sou o não-dito. Sou emoção e desejo. Palavras são o meu antídoto. Anti-monotonia, anti mau-humor, anti todo o amor que não há...



links
orkut formspring flickr tumblr

archives
» 3 de mai. de 2010
» 6 de mai. de 2010
» 7 de mai. de 2010
» 9 de mai. de 2010
» 12 de mai. de 2010
» 14 de mai. de 2010
» 15 de mai. de 2010
» 20 de mai. de 2010
» 28 de mai. de 2010
» 2 de jun. de 2010
» 4 de jun. de 2010
» 5 de jun. de 2010
» 9 de jun. de 2010
» 12 de jul. de 2010
» 14 de jul. de 2010
» 28 de ago. de 2010
seguidores